Repense a segurança da sua casa

As ameaças climáticas de hoje podem não ser as que orientaram o planejamento da construção do seu imóvel.

A maioria das casas e prédios existentes hoje no país não foi construída pensando nos efeitos de um ciclone extratropical ou uma enchente, razão pela qual é cada vez mais comum permitirem que a água e o barro invadam seu interior, e que sejam danificados janelas, portas e telhados, ampliando os efeitos.

A imprensa nos mostra, quando exibe áreas internacionais frequentemente afetadas por furacões e desastres de magnitude similar, que antes do seu início os proprietários dos imóveis muitas vezes reforçam as aberturas com anteparos de tábuas, algo que pode não fazer muito sentido no caso brasileiro (pouco adianta reforçar janelas se o telhado não está preparado para resistir, por exemplo), mas pode inspirar o comportamento da prevenção quanto às janelas cobertas apenas com vidro: não ficar próximo a elas, nem contar com elas como proteção contra a tempestade. Reforçá-las de maneira planejada, com venezianas ou outra cobertura removível instalada de forma permanente, pode ser melhor ainda.

Reforçar e limpar telhados, calhas, encanamentos, valetas e outros meios de escoamento também pode reduzir os danos.

Se a casa estiver numa região baixa ou num possível caminho de enxurradas, planejar dispor de locais elevados para onde levar os documentos, os valores, animais de estimação, móveis, eletrodomésticos, produtos de higiene e limpeza, provisões, etc. pode provar ser essencial - desde que acompanhados de um planejamento que permita colocar em prática esta operação.

Saber onde fica a chave geral da energia elétrica e os registros equivalentes de gás e água também pode fazer grande diferença, especialmente considerando que você pode ter de fechá-los às pressas e no escuro.

Em caso de uma emergência que não permita a evacuação, identificar previamente um local da casa que reúna as melhores condições de solidez, elevação, arejamento, iluminação e acesso também pode fazer grande diferença, especialmente por permitir planejar a tempo o que mais ter à mão para levar para lá e ter à disposição durante longas horas à espera de um resgate.

E lembre-se: aparelhos elétricos que foram molhados não são seguros. Quando a eletricidade voltar, tire tudo da tomada antes de ligar a chave geral, e aí coloque na tomada apenas o que for estritamente necessário e não tiver sido molhado.

Além de evitar choques e acidentes, você não vai querer causar um curto na sua fiação residencial bem em um dia em que será impossível localizar um eletricista ou um fusível para trocar.

Quando uma inundação passar, a desobstrução das ruas e acessos é uma tarefa tão importante para possibilitar a prestação da assistência, a ponto de se transformar em dever cívico, sempre com orientação da defesa civil, devido aos cuidados quanto a risco elétrico, animais venenosos, cacos de vidro, tétano, leptospirose, etc.

A limpeza da área pública é responsabilidade das prefeituras, mas situações especiais (como a presença de animais mortos ou o acúmulo de lixo) podem justificar o esforço de vizinhos em um mutirão de limpeza preventiva de doenças.

Ao limpar a casa, pela mesma razão, é recomendável começar por uma inspeção de rachaduras que coloquem em risco o imóvel, não religar a eletricidade enquanto houver perigo de choque, e lembrar sempre de misturar 1l de água sanitária para cada balde de 5l de água, para que o efeito seja mais do que estético.

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CALAMIDADE.NET

Por Augusto Campos, Administrador, especialiasta em Gerenciamento de Projetos, criador do site Efetividade.net.

Preparação básica

  • Informe-se sobre os riscos potenciais da sua região.
  • Identifique abrigos e rotas de fuga.
  • Planeje como suportar emergências em casa e fora dela.
  • Selecione os equipamentos e suprimentos necessários.
  • Crie um plano de comunicação familiar.
  • Conheça e acompanhe os sinais de alerta.

Identifique os seus riscos

Inundação, deslizamento, desabamento, tempestade, vendaval, tornado, furacão, blackout prolongado, falta de água prolongada, interrupção nos transportes, bloqueio de acessos, interrupção de serviços de saúde, vazamento tóxico, etc.